Pesquisar este blog

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Reflexões do primeiro ano na comunidade IF

Queridos leitores, foram nos primeiros dias de 2017 que eu acordei da Matrix ao fazer a chocante descoberta do movimento FI/RE. Ela mudou minha cabeça e tem norteado meus pensamentos desde então.

Como era meu mundo antes ?


Eu caí no conto de procurar satisfação no trabalho. Senti essa satisfação algumas vezes e queria sentir mais. Era bom produzir algo que ajudasse no trabalho de outras pessoas. Vários pessoas se diziam felizes com seu trabalho e eu queria ser feliz também. Se eles conseguiam, porque eu não conseguiria ? Era muito importante, pois eu passava boa parte da vida no trabalho. Essa busca me levou literalmente aos quatro cantos do mundo, procurando uma razão para meus anos de estudo. Estava convencido que o patrão sim é quem ficava feliz e com os bolsos cheios com meu trabalho, mas eu achava que também poderia encontrar um sentido naquilo, fazer algo que fosse interessante, útil e que oferecesse um bom equilíbrio entre vida e trabalho.



Essa missão impossível culminou em 8 anos fazendo um trabalho que eu odiava. Viagens inúteis, reuniões sem sentido, demandas estapafúrdias, ineficiência, muito suor para pouco ou nenhum aprendizado, processos tortos: isso era meu dia-a-dia. Entrei nessa como minha última cartada para encontrar a tal satisfação profissional. Obviamente eu não sabia que era assim. Fui outra vez iludido pelo canto da sereia.


Como não sabia do movimento FI/RE, minha maneira de fugir daquilo era procurar outro emprego. Nos piores dias eu me lançava no Linkedin e outros sites em busca da salvação. Num certo momento ficou difícil por vários motivos:

  • já estava na empresa há vários anos e tinha um bom salário e benefícios, era muito difícil achar algo parecido em outro lugar; não valia a pena o risco de sair pra ganhar menos, pois o emprego seguinte poderia revelar-se a mesma porcaria
  • como não aprendia muita coisa, não tinha tanto a oferecer; mesmo tendo feito alguns cursos por fora faltava experiência prática
  • a economia entrou em recessão por volta de 2013; número de entrevistas caiu sensivelmente
  • movimentação interna era super difícil; possibilidades bem limitadas, maioria delas eram roubadas
  • tendo visitado várias empresas, sabia que a maioria delas eram piores seja pelo ambiente de trabalho ou pela parte financeira e benefícios
Assim enjaulado eu num certo momento em algum hotel, aeroporto ou taxi desse mundo reconheci minha situação de impotência e comecei a aceitar que eu iria me aposentar naquele trabalho aos 65 anos de idade. A menos que me demitissem (meu sonho de consumo), eu não conseguiria sair.

Porém no final de 2015 pintou a chance de uma movimentação interna, que não era 100% garantido que seria melhor, mas era simplesmente a única entrevista que eu tinha feito no ano e era a melhor chance em vários anos de sair daquela vida ou pelo menos melhorá-la. Aceitei e no começo foi horrível. Me puseram num projeto-roubada e mais uma vez eu me lançava nos sites de emprego e acionava meu networking pra ver se rendia algo.


Com o tempo fui me acostumando e conseguindo negociar certas coisas, até ter a certeza de que foi uma boa escolha, que era mesmo a única escolha. Não era perfeito, mas era melhor do que onde eu estava antes.

E o que mudou com a descoberta do movimento FI/RE ?


Continuei entrando em roubadas de vez em quando. Ao invés de correr pro Linkedin atualizar meu perfil e enviar currículos que provavelmente não renderiam nada, passei a ter uma certa tranquilidade ao lembrar que aquilo era passageiro, algo que não precisaria aturar mais 20 anos. É segurar as pontas e investir bem o dinheiro para em algum tempo abandonar o mundo corporativo.


Se eu tivesse essa visão antes, me teria poupado muito sofrimento. Nos meus 8 anos de martírio teria sido um bálsamo. Se eu tivesse gasto meu tempo aprendendo sobre investimentos ao invés de produzir currículos, eu talvez já estivesse aposentado.


É fácil falar sobre segurar as pontas pois estou numa situação privilegiada agora. Após 2 décadas de trabalho e frugalidade (na maior parte do tempo inconsciente) estou mais perto que longe da IF. Fico pensando nas pessoas que já conhecem o movimento FI/RE e perseguem este objetivo no longo prazo. Como deve ser difícil aturar certas coisas, sabendo que só vão alcançar a IF em uma década ou algo assim. É preciso muita determinação, saber jogar o jogo, dançar conforme a música toca mas manter a serenidade e ter em mente que é possível usar o sistema para subverte-lo.


Subverter o sistema usando seus próprios meios será nossa grande vitória, amigos.


Vamos virar vagabundo !

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Balanço - Janeiro/2018

Aportei mais um pouco em FIIs (MFII11) e ações (CPLE6, TAEE11) e o que sobrou preferi entregar pro Tesouro SELIC pra não ficar parado.

Acho que comecei bem o ano. Vejamos:
  • Taxa de poupança ( (receitas - despesas) / receitas) de acordo com o GuiaBolso: 30% - num mês com pesadas despesas, a primeira parcela do 13o. veio a calhar
  • Renda passiva de FIIs e ações: 1549,27
  • Rendimento global da carteira: 0,89% - bom
    • Previdência Privada: 0,78% - beleza
    • Tesouro direto: 0,23% - no passo da tartaruga manca, sofreu com a cobrança da taxa semestral
    • Renda Fixa (CDB, LCx): 0,74% - beleza
    • Fundos: 1,25% - multimercados voaram esse mês
    • FGTS: 0,24% - normal
    • Ações: 2,18% - destaque para ENGI3, minha primeira ação a dobrar de preço !
    • FIIs: 3,14% - destaque para JSRE11 com alta de 6% no mês
    • USD: -1,27% - dólar em queda
    • EUR: 2,18% - muito bom
    • Stock plan: -2,13% - compra no topo seguida de queda
Todas rentabilidades acima são líquidas. Já está descontado IR e taxas para se desfazer dos ativos. Para ativos no exterior considerei um ágio de 5% no câmbio se quisesse trazer tudo pra cá, mais multas e impostos. 

Indicadores do mês (mais detalhes nesse link):
  • CDI: 0,58% - superei
  • Poupança: 0,40% - rendendo mais que meu TD

Alocação atual:
BrasilExterior
FundosPrev PrivadaFGTSRFTDFIIAçõesStock PlanEURUSD

23,5% 10,8% 5,8% 14,2% 22,3% 10,0% 4,2% 2,3% 4,1% 2,7%

É seguir o barco que o destino é inevitável. Próximos aportes deverão ser ações e fundos multimercados.
Emprego ruim é pleonasmo. O negócio é virar vagabundo.